quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Solidão na Terceira Idade



VELHO
(Mafalda Veiga)

Parado e atento à raiva do silêncio
de um relógio partido e gasto pelo tempo
estava um velho sentado no banco de um jardim
a recordar fragmentos do passado

na telefonia tocava uma velha canção
e um jovem cantor falava da solidão
que sabes tu do canto de estar só assim
só e abandonado como o velho do jardim?

o olhar triste e cansado procurando alguém
e a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
sabes eu acho que todos fogem de ti pra não ver
a imagem da solidão que irão viver
quando forem como tu
um velho sentado num jardim

passam os dias e sentes que és um perdedor
já não consegues saber o que tem ou não valor
o teu caminho parece estar mesmo a chegar ao fim
pra dares lugar a outro no teu banco do jardim

o olhar triste e cansado procurando alguém
e a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
sabes eu acho que todos fogem de ti pra não ver
a imagem da solidão que irão viver
quando forem como tu
um resto de tudo o que existiu
quando forem como tu
um velho sentado num jardim

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Infecções hospitalares aumentam em Portugal


As bactérias staphylococcus aureus e escherichia coli, organismos responsáveis por infecções hospitalares e resistentes a antibióticos, aumentaram em Portugal entre 2004 e 2005, de acordo com um relatório a que a agência Lusa teve acesso.
Segundo o relatório anual de 2005 do Sistema Europeu de Vigilância da Resistência Antimicrobiana (EARSS), o organismo multi-resistente que teve maior crescimento em Portugal foi a bactéria escherichia coli, que é uma das bactérias mais frequentes nos hospitais, sendo comum nas infecções urinárias adquiridas no meio hospitalar. Em 2005 foram isolados 1.171 casos em 19 laboratórios, mais 417 isolamentos do que os verificados no ano anterior.
O segundo organismo multi-resistente com maior detecção em Portugal, durante o ano de 2005, foi o staphylococcus aureus. Em 2005 foram isolados em 19 laboratórios 1.153 bactérias staphylococcus aureus, mais 90 casos do que em 2004.
O staphylococcus aureus é uma bactéria que coloniza a pele a cerca de 30 por cento dos humanos, sendo a bactéria mais resistente a antibióticos.
Também em crescimento está o streptococcus pneumoniae, tendo em 2005 sido isolados 202 casos em 13 laboratórios, o que significa um aumento de 36 situações relativamente a 2004. Esta bactéria é responsável por doenças em crianças e jovens, pessoas idosas e outras com problemas de imunodeficiências e ainda pela maior parte das pneumonias no Mundo.
De acordo com as conclusões do relatório do EARSS, rede internacional de sistemas nacionais de vigilância antimicrobiana, na Europa a resistência à penicilina do streptococcus pneumoniae continua a mudar.
Contudo, o relatório, com dados de 30 países europeus, indica que nos países que anteriormente apresentaram maior prevalência desta bactéria, a situação melhorou porque houve uma diminuição da resistência à penicilina.
Quanto ao staphylococcus aureus, o relatório indica que foi registado um aumento significativo na detecção desta bactéria em 12 países, nos últimos sete anos. No entanto, a França e a Eslovénia têm conseguido reduzir a incidência desta bactéria nos últimos anos.
Em Portugal e de acordo com uma proposta do Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Infecções Relacionadas com os Cuidados de Saúde (PNPCIRCS), da Direcção-Geral de Saúde (DGS), oito em cada cem doentes internados nos hospitais portugueses são vítimas de infecção.
De acordo com o último inquérito nacional realizado em 2003 e que envolveu 67 hospitais e 16.373 doentes, «identificou-se a prevalência da IRCS de 8,4 por cento dos doentes e uma prevalência de 22,7 por cento de doentes com infecção adquirida na comunidade».

Suporte Básico de Vida (Parte II)


Nos países ocidentais uma das principais causas de morte é as doenças cardiovasculares. A maioria ocorre fora do ambiente hospitalar.
O objectivo da RCR é recuperar vítimas de paragem cárdio-respiratória para uma vida comparável à que tinham previamente ao acontecimento.
O sucesso das manobras de RCR está condicionado pelo tempo, pelo que quanto mais precocemente se iniciar o SBV maior a probabilidade de sucesso.

O SBV é:
- Um conjunto de procedimentos bem definidos;
- Com metodologias padronizadas;
- Sem recurso a qualquer tipo de equipamentos, para além de um simples dispositivo para avia aérea ou acessório de protecção.

Tem como objectivos:
- Reconhecer as situações de perigo de vida iminente;
- Saber como e quando pedir ajuda;
- Saber iniciar de imediato, sem recurso a qualquer utensílio, manobras que contribuam para a preservação da ventilação e da circulação de modo a manter a vítima viável até que possa ser instituído o tratamento médico adequado;
- Destina-se a ganhar tempo, mantendo parte das funções vitais até à chegada do SAV;
- Em situações em que a falência respiratória foi a causa primária da PCR, o SBV pode reverter a causa e conseguir uma recuperação total.

Posicionamento daa vítima e do reanimador
As manobras do SBV devem ser executadas com a vítima em decúbito dorsal, no chão ou num plano duro. Se a vítima se encontrar numa cama as manobras de SBV, nomeadamente as compressões torácicas, não são eficazes, uma vez que a força exercida é absorvida pelas molas ou espuma do próprio colchão.

O SBV engloba:
Avaliação Inicial;
A – Via Aérea Desobstruída (Airway);
B – Ventilação Artificial (Breathing);
C – Circulação (Circulation).