sábado, 31 de março de 2007

31 de Março - Dia Nacional do Doente com AVC


No dia 31 de Março celebra-se o “Dia Nacional do Doente com Acidente Vascular Cerebral”.


Em Portugal, o AVC tem uma dimensão alarmante: a sua taxa de mortalidade é de cerca de 200/100.000 habitantes (o que corresponde a morrerem em cada hora dois portugueses). Sendo das mais elevadas na EU, é responsável pelo internamento de mais de 25.000 doentes por ano e por elevado grau de incapacidade – 50% dos doentes que sobrevivem a um AVC ficam com limitações nas actividades da vida diária. Estes números ajudam a compreender a importância e o peso individual, familiar e social desta doença e reforçam a necessidade de implementar medidas para a combater - esta é a finalidade das acções previstas para o Dia 31 de Março.


O essencial é ter um estilo de vida saudável:
-com exercício físico regular,
-com uma alimentação equilibrada, pobre em sal, açúcares e gorduras saturadas,
-mantendo peso adequado,
-consumir álcool apenas de forma ligeira,
-não fumar.


Procurar o seu médico de família para vigiar e controlar regularmente:
-Tensão arterial
-Diabetes
-Colesterol
-Ritmo cardíaco, com a realização de electrocardiograma.



adaptado de: http://saude.sapo.pt

domingo, 25 de março de 2007

Encerramento dos SAP dos Centros de Saúde


A região Centro vai ser a mais afectada pelo encerramento de Serviços de Atendimento Permanente (SAP) dos Centros de Saúde, segundo uma lista do Ministério da Saúde, divulgada este sábado pela TVI, que identifica 56 serviços a fechar.
De acordo com a lista, elaborada pelo Ministério em Agosto do ano passado, o Centro do país perde 36 SAP, a região Norte deixa de contar com dez, em Lisboa e Vale do Tejo encerram seis e quatro fecham portas no Alentejo e Algarve.
Dos 56 serviços identificados no relatório, 13 já encerraram, dos quais sete na região Centro, três na região de Lisboa e outros tantos no sul.
O encerramento dos SAP integra-se na polémica reestruturação dos serviços de urgências, que tem motivado protestos um pouco por todo o país.
Na sexta-feira, o PSD exigiu a presença do ministro da Saúde, Correia de Campos, na Assembleia da República e ameaçou a abertura de um inquérito parlamentar, a propósito desta matéria.

Lista dos 56 SAP a encerrar
Região Norte:
- Caminha - Monção - Paredes de Coura - Murça - Alfândega da Fé - Carrazeda de Ansiães - Vila Flor - Vimioso - Freixo de Espada-à-Cinta - Vieira do Minho
Região Centro:
- Castelo de Paiva - Mealhada - Oliveira do Bairro - Sever do Vouga - Vale de Cambra - Oleiros - Condeixa-a-Nova (já encerrado) - Góis - Lousã (já encerrado) - Miranda do Corvo (já encerrado) - Montemor-o-Velho - Oliveira do Hospital - Penacova (já encerrado) - Penela - Soure (já encerrado) - Tábua - Vila Nova de Poiares (já encerrado) - Norton de Matos - Coimbra (já encerrado) - Aguiar da Beira - Almeida - Celorico da Beira - Figueira de Castelo Rodrigo - Fornos de Algodres - Gouveia - Manteigas - Meda - Pinhel - Sabugal - Trancoso - Nazaré - Marinha Grande - Armamar - Castro Daire - Resende - Santa Comba Dão - Vouzela
Região de Lisboa e Vale do Tejo:
- Ourém (já encerrado) - Azambuja (já encerrado) - Cadaval - Lourinhã (já encerrado) - Sesimbra - Grândola
Região do Alentejo:
- Beja (já encerrado) - Montemor-o-Novo
Região do Algarve:
- Silves (já encerrado) - Lagos (já encerrado).

sábado, 17 de março de 2007

Acabou respiração boca a boca


Aplicar o método boca a boca a uma vítima de paragem cárdio-respiratória não ajuda e pode até ser prejudicial. Esta é uma das conclusões de um estudo realizado pelo Hospital Universitário Surugadai Nihon em Tóquio, Japão, publicado na revista britânica The Lancelet, citado pelo El País.


O estudo revela que as possibilidades de sobreviver a uma paragem cardíaca, fora do hospital, são maiores e resultam em menos sequelas, quando a pessoa que realiza os primeiros socorros, apenas administra compressões cardíacas sobre o peito, sem aplicar a respiração boca a boca. Os investigadores compararam os resultados de quatro mil pacientes adultos, que passaram por uma ressuscitação cardíaca, com e sem recurso à respiração boca a boca, realizada por transeuntes.


Metade recuperam sem sequelas


Em 72 por centro dos casos, as pessoas em redor não fizeram nada para além de alertar os serviços de emergência, 18 por cento fizeram boca a boca e 11 por cento massagens cardíacas.
Dos últimos, mais de metade recuperaram sem sequelas, pelo que os investigadores concluem que a percentagem de pacientes que sobrevivem com uma evolução neurológica favorável é de 22 por cento, quando alguém que observa a situação apenas pratica massagens cardíacas.


Os resultados reduzem-se para metade quando para além das compressões cardíacas é realizado o boca a boca. Esta conclusão, irá mudar os actuais protocolos de actuação em todo o mundo.


sábado, 10 de março de 2007

Enfermeiros ameaçam com greve



O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) ameaçou esta sexta-feira avançar com várias greves caso o ministro da Saúde não resolva a precariedade laboral que o sindicato diz afectar muitos dos profissionais do sector, escreve a Lusa.
«Se o senhor ministro continuar sem resolver os problemas da precariedade é possível que os enfermeiros das várias administrações venham a decretar um dia destes, de forma organizada, várias greves», disse à Lusa o coordenador nacional do sindicato.
De acordo com José Carlos Martins, o Governo de José Sócrates não só não resolveu nenhuma questão relativa aos problemas dos enfermeiros, como ainda agravou algumas, nomeadamente no que diz respeito aos problemas laborais.
Para o coordenador nacional do SEP, os enfermeiros estão confrontados com «duas situações caricatas».
«Não há admissão de enfermeiros para não aumentar a despesa pública, mas temos centenas, se calhar quase um milhar ou dois no desemprego e os poucos que admitem, apesar de serem necessários ao regular funcionamento e estarem a exercer funções permanentes, são admitidos com vinculo precário com contratos individuais de trabalho de seis, oito meses ou um ano, ou contratos a termo certo de três meses», criticou.
No que diz respeito aos dois anos de governação do ministro António de Campos, José Carlos Martins defendeu que tem havido um continuo emagrecimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que os fechos de muitas unidades públicas visam deixar margem de manobra para a abertura de unidades privadas.
Por outro lado, José Carlos Martins desafiou o ministro a fiscalizar as várias maternidades privadas a funcionar no país com a justificação de que apenas uma tem condições para o fazer e que, por isso, António de Campos deveria proceder aos seus encerramentos.


domingo, 4 de março de 2007

Hipertensão Arterial

O que é a hipertensão arterial?

A maioria dos médicos consideram que 120/80 mmHg é a pressão arterial média normal para adultos. A pressão arterial é considerada elevada quando em repetidas medições permanece igual ou acima de 140/90 mmHg.


Quais as causas da hipertensão arterial?

Infelizmente, e em cerca de 90% dos casos, não se sabem quais as causas do desenvolvimento de hipertensão. No entanto, ela é controlável em quase todos esses casos. Naqueles em que a causa da hipertensão é desconhecida, a doença é conhecida como hipertensão primária ou hipertensão essencial. Em menos de 10% dos casos, nos quais a causa é conhecida, falamos de hipertensão secundária. Entre as causas de hipertensão secundária estão algumas doenças renais e vasculares, perturbações hormonais e defeitos congénitos (já presentes à nascença). Alguns casos podem ser corrigidos por cirurgia, outros podem ser controlados com medicação. Neste caso, a pressão arterial voltará ao normal quando as doses dos medicamentos forem reduzidas ou descontinuadas.


Factores de Risco

Factores de risco permanentes ou não modificáveis:
-Susceptibilidade herdada para hipertensão e problemas cardíacos;
-Ser ao sexo masculino;
-Ser diabético;
-Ter mais de 40 anos de idade.


Factores de risco modificáveis:
-Pressão arterial elevada;
-Hábitos tabágicos
-Valores elevados de colesterol
-Excesso de peso
-Stress


Analgésicos podem causar hipertensão



O consumo frequente de analgésicos, como paracetamol, ibuprofeno e ácido acetilsalicílico, medicamentos «campeões de venda» em Portugal, pode causar hipertensão, um dos principais factores de risco da maior causa de morte em Portugal, o Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Publicado nos «Arquivos da Medicina Interna», e divulgado pela edição electrónica do jornal espanhol El Mundo, o estudo concluiu que o consumo diário de analgésicos aumenta o risco de hipertensão.
A investigação identificou um aumento de 48 por cento de hipertensão nas pessoas que tomam 15 comprimidos destes medicamentos, que são os mais vendidos em Portugal, sem receita médica.
Por esta razão, os autores do estudo recomendam que estes fármacos sejam consumidos com «maior prudência».
Liderados pelo médico e epidemiologista John Forman, os investigadores apuraram que os indivíduos que tomam paracetamol seis a sete dias por semana aumentam em 34 por cento as suas possibilidades de ter uma tensão arterial acima da dos valores recomendados.
Os maiores consumidores de ibuprofeno têm este risco aumentado para 38 por cento, enquanto os que consomem diariamente o ácido acetilsalicílico têm um risco de 26 por cento.
Sobre as causas deste risco, os autores lembram que o paracetamol inibe as prostaglandinas (substâncias que dilatam os vasos sanguíneos) e afecta a função do endotélio (no interior dos vasos sanguíneos), dois factores que podem influenciar a tensão arterial.
Por seu lado, o ácido acetilsalicílico e o ibuprofeno bloqueiam a produção de prostaglandinas. Além disso, os medicamentos da classe do Ibuprofeno provocam uma maior reabsorção renal de sódio e água.
Estas três substâncias activas, que estão na base da composição de vários medicamentos, são dos mais vendidos em Portugal, podendo ser comercializados sem receita médica.
No passado mês de Janeiro, o paracetamol foi a substância activa com mais embalagens vendidas fora das farmácias: 17.293.
Também bem colocado no «ranking» de substâncias activas de Medicamentos Não Sujeitos a Receitas Médicas (MNSRM) mais vendidas fora das farmácias está o ibuprofeno, com 8.209 embalagens vendidas nestes locais, de acordo com dados do Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed).


domingo, 11 de fevereiro de 2007

Abandonados nas urgências


O abandono e falta de apoio a idosos está a crescer. Os casos que chegam às urgências multiplicam-se e lançam o alerta para um Portugal velho, isolado e só. Também nos centros urbanos. Pais, mães ou avós são «largados» nos hospitais à espera que alguém os venha buscar. E quem sabe, dar os cuidados de que precisam.
O apoio social é cada vez mais uma valência que as urgências dos hospitais têm de ter. Um doente não tem apenas um problema de saúde, tem também o problema de alta clínica. Para onde ir quando as famílias não têm como receber e tratar os familiares? Ficar no hospital à espera de encaminhamento para lares é uma das respostas, mas não a melhor.
No ano passado e apenas no hospital Fernando da Fonseca, na Amadora, foram registados 300 casos de «utentes isolados», isto é, sem família referenciada. «São sozinhos e não têm a quem recorrer», explicou ao PortugalDiário Cláudia Simões, assistente social do serviço de urgência. A estes juntam-se cerca de 500 doentes que ou, têm família mas não têm apoio, ou não têm recursos económicos para subsistir sozinhos. O Presidente da Comissão Executiva do hospital, Rui Raposo, explicou, no âmbito das II Jornadas do Serviço Social, que «anualmente são pagos mais de 200 mil euros em lares e camas sociais externas ao hospital para suprir a necessidade de encaminhamento de pessoas idosas que, com alta clínica, não têm onde ficar após o período de internamento».
«Nunca até hoje qualquer organismo se mostrou disponível para nos ressarcir dessa verba mas, com uma média diária de 13 doentes a necessitar de apoio social, a única alternativa que temos para lhes garantir um pós-internamento em segurança é continuarmos a assumir aquele encargo», acrescentou.
«Eu não tenho que tratar do meu pai»
O director da Urgência Geral do Amadora-Sintra, Luís Cuña, explicou o que se passa entre pais e filhos. «Ouve-se filhos a dizer: «eu não tenho que cuidar do meu pai». A ideia que ainda subsiste é que o Estado tem a obrigação de responder à carência do idoso provocada pela nova doença. Empurra-se para o hospital, para os serviços sociais, para o Estado. No entanto, em muitos casos as melhores soluções estão na família».
Os parentes são os primeiros que podem ajudar mas nem sempre há condições. «Há muitas carências. Os familiares têm empregos que não podem largar, muitos trabalham por turnos e não têm dinheiro para medicamentos e lares», esclareceu Cláudia Simões.
Por vezes existe apoio familiar mas acaba por ser ineficaz. «As casas não têm condições e pôr o pai a dormir no sofá não corresponde aos cuidados necessários. Um idoso de 80 anos a morar num 4º andar sem elevador terá sempre uma alta complicada. É preciso por as pessoas a falar sobre o assunto e pressionar as famílias», explicou o director da Urgência.