sábado, 31 de março de 2007

31 de Março - Dia Nacional do Doente com AVC


No dia 31 de Março celebra-se o “Dia Nacional do Doente com Acidente Vascular Cerebral”.


Em Portugal, o AVC tem uma dimensão alarmante: a sua taxa de mortalidade é de cerca de 200/100.000 habitantes (o que corresponde a morrerem em cada hora dois portugueses). Sendo das mais elevadas na EU, é responsável pelo internamento de mais de 25.000 doentes por ano e por elevado grau de incapacidade – 50% dos doentes que sobrevivem a um AVC ficam com limitações nas actividades da vida diária. Estes números ajudam a compreender a importância e o peso individual, familiar e social desta doença e reforçam a necessidade de implementar medidas para a combater - esta é a finalidade das acções previstas para o Dia 31 de Março.


O essencial é ter um estilo de vida saudável:
-com exercício físico regular,
-com uma alimentação equilibrada, pobre em sal, açúcares e gorduras saturadas,
-mantendo peso adequado,
-consumir álcool apenas de forma ligeira,
-não fumar.


Procurar o seu médico de família para vigiar e controlar regularmente:
-Tensão arterial
-Diabetes
-Colesterol
-Ritmo cardíaco, com a realização de electrocardiograma.



adaptado de: http://saude.sapo.pt

domingo, 25 de março de 2007

Encerramento dos SAP dos Centros de Saúde


A região Centro vai ser a mais afectada pelo encerramento de Serviços de Atendimento Permanente (SAP) dos Centros de Saúde, segundo uma lista do Ministério da Saúde, divulgada este sábado pela TVI, que identifica 56 serviços a fechar.
De acordo com a lista, elaborada pelo Ministério em Agosto do ano passado, o Centro do país perde 36 SAP, a região Norte deixa de contar com dez, em Lisboa e Vale do Tejo encerram seis e quatro fecham portas no Alentejo e Algarve.
Dos 56 serviços identificados no relatório, 13 já encerraram, dos quais sete na região Centro, três na região de Lisboa e outros tantos no sul.
O encerramento dos SAP integra-se na polémica reestruturação dos serviços de urgências, que tem motivado protestos um pouco por todo o país.
Na sexta-feira, o PSD exigiu a presença do ministro da Saúde, Correia de Campos, na Assembleia da República e ameaçou a abertura de um inquérito parlamentar, a propósito desta matéria.

Lista dos 56 SAP a encerrar
Região Norte:
- Caminha - Monção - Paredes de Coura - Murça - Alfândega da Fé - Carrazeda de Ansiães - Vila Flor - Vimioso - Freixo de Espada-à-Cinta - Vieira do Minho
Região Centro:
- Castelo de Paiva - Mealhada - Oliveira do Bairro - Sever do Vouga - Vale de Cambra - Oleiros - Condeixa-a-Nova (já encerrado) - Góis - Lousã (já encerrado) - Miranda do Corvo (já encerrado) - Montemor-o-Velho - Oliveira do Hospital - Penacova (já encerrado) - Penela - Soure (já encerrado) - Tábua - Vila Nova de Poiares (já encerrado) - Norton de Matos - Coimbra (já encerrado) - Aguiar da Beira - Almeida - Celorico da Beira - Figueira de Castelo Rodrigo - Fornos de Algodres - Gouveia - Manteigas - Meda - Pinhel - Sabugal - Trancoso - Nazaré - Marinha Grande - Armamar - Castro Daire - Resende - Santa Comba Dão - Vouzela
Região de Lisboa e Vale do Tejo:
- Ourém (já encerrado) - Azambuja (já encerrado) - Cadaval - Lourinhã (já encerrado) - Sesimbra - Grândola
Região do Alentejo:
- Beja (já encerrado) - Montemor-o-Novo
Região do Algarve:
- Silves (já encerrado) - Lagos (já encerrado).

sábado, 17 de março de 2007

Acabou respiração boca a boca


Aplicar o método boca a boca a uma vítima de paragem cárdio-respiratória não ajuda e pode até ser prejudicial. Esta é uma das conclusões de um estudo realizado pelo Hospital Universitário Surugadai Nihon em Tóquio, Japão, publicado na revista britânica The Lancelet, citado pelo El País.


O estudo revela que as possibilidades de sobreviver a uma paragem cardíaca, fora do hospital, são maiores e resultam em menos sequelas, quando a pessoa que realiza os primeiros socorros, apenas administra compressões cardíacas sobre o peito, sem aplicar a respiração boca a boca. Os investigadores compararam os resultados de quatro mil pacientes adultos, que passaram por uma ressuscitação cardíaca, com e sem recurso à respiração boca a boca, realizada por transeuntes.


Metade recuperam sem sequelas


Em 72 por centro dos casos, as pessoas em redor não fizeram nada para além de alertar os serviços de emergência, 18 por cento fizeram boca a boca e 11 por cento massagens cardíacas.
Dos últimos, mais de metade recuperaram sem sequelas, pelo que os investigadores concluem que a percentagem de pacientes que sobrevivem com uma evolução neurológica favorável é de 22 por cento, quando alguém que observa a situação apenas pratica massagens cardíacas.


Os resultados reduzem-se para metade quando para além das compressões cardíacas é realizado o boca a boca. Esta conclusão, irá mudar os actuais protocolos de actuação em todo o mundo.


sábado, 10 de março de 2007

Enfermeiros ameaçam com greve



O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) ameaçou esta sexta-feira avançar com várias greves caso o ministro da Saúde não resolva a precariedade laboral que o sindicato diz afectar muitos dos profissionais do sector, escreve a Lusa.
«Se o senhor ministro continuar sem resolver os problemas da precariedade é possível que os enfermeiros das várias administrações venham a decretar um dia destes, de forma organizada, várias greves», disse à Lusa o coordenador nacional do sindicato.
De acordo com José Carlos Martins, o Governo de José Sócrates não só não resolveu nenhuma questão relativa aos problemas dos enfermeiros, como ainda agravou algumas, nomeadamente no que diz respeito aos problemas laborais.
Para o coordenador nacional do SEP, os enfermeiros estão confrontados com «duas situações caricatas».
«Não há admissão de enfermeiros para não aumentar a despesa pública, mas temos centenas, se calhar quase um milhar ou dois no desemprego e os poucos que admitem, apesar de serem necessários ao regular funcionamento e estarem a exercer funções permanentes, são admitidos com vinculo precário com contratos individuais de trabalho de seis, oito meses ou um ano, ou contratos a termo certo de três meses», criticou.
No que diz respeito aos dois anos de governação do ministro António de Campos, José Carlos Martins defendeu que tem havido um continuo emagrecimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que os fechos de muitas unidades públicas visam deixar margem de manobra para a abertura de unidades privadas.
Por outro lado, José Carlos Martins desafiou o ministro a fiscalizar as várias maternidades privadas a funcionar no país com a justificação de que apenas uma tem condições para o fazer e que, por isso, António de Campos deveria proceder aos seus encerramentos.


domingo, 4 de março de 2007

Hipertensão Arterial

O que é a hipertensão arterial?

A maioria dos médicos consideram que 120/80 mmHg é a pressão arterial média normal para adultos. A pressão arterial é considerada elevada quando em repetidas medições permanece igual ou acima de 140/90 mmHg.


Quais as causas da hipertensão arterial?

Infelizmente, e em cerca de 90% dos casos, não se sabem quais as causas do desenvolvimento de hipertensão. No entanto, ela é controlável em quase todos esses casos. Naqueles em que a causa da hipertensão é desconhecida, a doença é conhecida como hipertensão primária ou hipertensão essencial. Em menos de 10% dos casos, nos quais a causa é conhecida, falamos de hipertensão secundária. Entre as causas de hipertensão secundária estão algumas doenças renais e vasculares, perturbações hormonais e defeitos congénitos (já presentes à nascença). Alguns casos podem ser corrigidos por cirurgia, outros podem ser controlados com medicação. Neste caso, a pressão arterial voltará ao normal quando as doses dos medicamentos forem reduzidas ou descontinuadas.


Factores de Risco

Factores de risco permanentes ou não modificáveis:
-Susceptibilidade herdada para hipertensão e problemas cardíacos;
-Ser ao sexo masculino;
-Ser diabético;
-Ter mais de 40 anos de idade.


Factores de risco modificáveis:
-Pressão arterial elevada;
-Hábitos tabágicos
-Valores elevados de colesterol
-Excesso de peso
-Stress


Analgésicos podem causar hipertensão



O consumo frequente de analgésicos, como paracetamol, ibuprofeno e ácido acetilsalicílico, medicamentos «campeões de venda» em Portugal, pode causar hipertensão, um dos principais factores de risco da maior causa de morte em Portugal, o Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Publicado nos «Arquivos da Medicina Interna», e divulgado pela edição electrónica do jornal espanhol El Mundo, o estudo concluiu que o consumo diário de analgésicos aumenta o risco de hipertensão.
A investigação identificou um aumento de 48 por cento de hipertensão nas pessoas que tomam 15 comprimidos destes medicamentos, que são os mais vendidos em Portugal, sem receita médica.
Por esta razão, os autores do estudo recomendam que estes fármacos sejam consumidos com «maior prudência».
Liderados pelo médico e epidemiologista John Forman, os investigadores apuraram que os indivíduos que tomam paracetamol seis a sete dias por semana aumentam em 34 por cento as suas possibilidades de ter uma tensão arterial acima da dos valores recomendados.
Os maiores consumidores de ibuprofeno têm este risco aumentado para 38 por cento, enquanto os que consomem diariamente o ácido acetilsalicílico têm um risco de 26 por cento.
Sobre as causas deste risco, os autores lembram que o paracetamol inibe as prostaglandinas (substâncias que dilatam os vasos sanguíneos) e afecta a função do endotélio (no interior dos vasos sanguíneos), dois factores que podem influenciar a tensão arterial.
Por seu lado, o ácido acetilsalicílico e o ibuprofeno bloqueiam a produção de prostaglandinas. Além disso, os medicamentos da classe do Ibuprofeno provocam uma maior reabsorção renal de sódio e água.
Estas três substâncias activas, que estão na base da composição de vários medicamentos, são dos mais vendidos em Portugal, podendo ser comercializados sem receita médica.
No passado mês de Janeiro, o paracetamol foi a substância activa com mais embalagens vendidas fora das farmácias: 17.293.
Também bem colocado no «ranking» de substâncias activas de Medicamentos Não Sujeitos a Receitas Médicas (MNSRM) mais vendidas fora das farmácias está o ibuprofeno, com 8.209 embalagens vendidas nestes locais, de acordo com dados do Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed).


domingo, 11 de fevereiro de 2007

Abandonados nas urgências


O abandono e falta de apoio a idosos está a crescer. Os casos que chegam às urgências multiplicam-se e lançam o alerta para um Portugal velho, isolado e só. Também nos centros urbanos. Pais, mães ou avós são «largados» nos hospitais à espera que alguém os venha buscar. E quem sabe, dar os cuidados de que precisam.
O apoio social é cada vez mais uma valência que as urgências dos hospitais têm de ter. Um doente não tem apenas um problema de saúde, tem também o problema de alta clínica. Para onde ir quando as famílias não têm como receber e tratar os familiares? Ficar no hospital à espera de encaminhamento para lares é uma das respostas, mas não a melhor.
No ano passado e apenas no hospital Fernando da Fonseca, na Amadora, foram registados 300 casos de «utentes isolados», isto é, sem família referenciada. «São sozinhos e não têm a quem recorrer», explicou ao PortugalDiário Cláudia Simões, assistente social do serviço de urgência. A estes juntam-se cerca de 500 doentes que ou, têm família mas não têm apoio, ou não têm recursos económicos para subsistir sozinhos. O Presidente da Comissão Executiva do hospital, Rui Raposo, explicou, no âmbito das II Jornadas do Serviço Social, que «anualmente são pagos mais de 200 mil euros em lares e camas sociais externas ao hospital para suprir a necessidade de encaminhamento de pessoas idosas que, com alta clínica, não têm onde ficar após o período de internamento».
«Nunca até hoje qualquer organismo se mostrou disponível para nos ressarcir dessa verba mas, com uma média diária de 13 doentes a necessitar de apoio social, a única alternativa que temos para lhes garantir um pós-internamento em segurança é continuarmos a assumir aquele encargo», acrescentou.
«Eu não tenho que tratar do meu pai»
O director da Urgência Geral do Amadora-Sintra, Luís Cuña, explicou o que se passa entre pais e filhos. «Ouve-se filhos a dizer: «eu não tenho que cuidar do meu pai». A ideia que ainda subsiste é que o Estado tem a obrigação de responder à carência do idoso provocada pela nova doença. Empurra-se para o hospital, para os serviços sociais, para o Estado. No entanto, em muitos casos as melhores soluções estão na família».
Os parentes são os primeiros que podem ajudar mas nem sempre há condições. «Há muitas carências. Os familiares têm empregos que não podem largar, muitos trabalham por turnos e não têm dinheiro para medicamentos e lares», esclareceu Cláudia Simões.
Por vezes existe apoio familiar mas acaba por ser ineficaz. «As casas não têm condições e pôr o pai a dormir no sofá não corresponde aos cuidados necessários. Um idoso de 80 anos a morar num 4º andar sem elevador terá sempre uma alta complicada. É preciso por as pessoas a falar sobre o assunto e pressionar as famílias», explicou o director da Urgência.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Sexo: saiba quem são as europeias mais activas


As italianas são as mulheres europeias mais activas sexualmente, revela um estudo coordenado pela Sociedade Europeia de Contracepção, divulgado pela agência Ansa.
Segundo o estudo 59 por cento das italianas têm mais de uma relação sexual por semana, a média mais alta da Europa. Depois vêm as checas (com 57 por cento registando uma ou mais relações sexuais por semana), seguem-se as russas com 56 por cento, as francesas com 55 por cento e as espanholas com 54 por cento. As austríacas ficaram em último, com uma média de 38 por cento.
Mas a pesquisa revela que, apesar da intensa actividade sexual, as italianas prestam pouca atenção aos métodos contraceptivos. A pílula é o método mais utilizado, mas as italianas são as europeias que menos a utilizam. 29 por cento opta por este método contraceptivo, sendo que a média na União Europeia é de 34%. O estudo foi apresentado em Berlim, na sede da farmacêutica Bayer Shering, que lançou uma nova pílula anticoncepcional com menor quantidade de estrogénio e com benefícios para as mulheres graças a uma nova hormona.
Entre as italianas, «surgem agora dúvidas sobre os métodos de contracepção além do tradicional coito interrompido e o preservativo, porque as mulheres têm muitas dúvidas sobre os efeitos das hormonas e são muito exigentes ao escolher um tipo de contracepção por via oral», disse a responsável pelo departamento de endocrinologia ginecológica e controle da fertilidade do hospital da Universidade de Pisa, Franca Fruzzetti.
Um dado alarmante é que a nível europeu uma grande quantidade de mulheres não usa qualquer método contraceptivo para evitar a gravidez indesejada. 30 por cento não usam preservativo em relações sexuais e só 20 por cento consultaram um ginecologista sobre prevenção e contracepção desde o início da actividade sexual.
E se, em média, as europeias têm o primeiro contacto com contraceptivos aos 18 anos (16 anos na Alemanha e países escandinavos), em Itália e Espanha, isso acontece apenas aos 20 anos.
O estudo diz ainda que os homens são geralmente responsáveis pela escolha do método contraceptivo das parceiras. Em média, 75 por cento têm um papel decisivo na escolha, sendo 89 por cento na Áustria e 67 por cento em França.
O estudo sobre o comportamento sexual das mulheres europeias foi realizado pela empresa «Yasminelle», que entrevistou 11,5 mil mulheres entre 15 e 49 anos de 14 países.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Afinal...quando começa a vida humana?



A conferência sobre «Quando começa a vida» terminou este sábado, em Lisboa, sem consenso quanto à resposta à pergunta e com o bastonár io da Ordem dos Médicos a garantir ser dever destes profissionais «proteger a vida», noticia a agência Lusa.
«Os médicos continuam a defender a vida desde o seu início», afirmou o Bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Pedro Nunes, no encerramento do encontro de dois dias, afirmando que essa definição de início da vida depende da «convicção individual» de cada médico.
Desde sexta-feira, os médicos foram convidados pela Ordem a responder «à pergunta difícil» que é saber quando começa a vida, uma discussão que o bastonário definiu como «uma grande lição de ética».
As posições dividiram-se no painel da tarde, como já acontecera na sexta-feira.
No debate, o médico Gentil Martins defendeu que há vida desde o momento da concepção, da «fusão de cromossomas do óvulo da mãe com o espermatozóide do pai».
Outros médicos, como Ana Aroso, confessaram as suas dúvidas sobre o momento em que é possível determinar o início de uma vida humana.
Houve até um psicólogo, Francisco Vilhena, a dizer que «a vida começa com o desejo de ser pai e ser mãe» e a concluir que «a vida está nos nossos corações».
Apesar de não se tratar de conclusões formais - a Ordem dos Médicos não tomou qualquer posição quer sobre o tema da conferência quer sobre o referendo de 11 de Fevereiro - dois médicos foram convidados a dar a sua «leitura» sobre os dois dias de trabalhos.
António Sarmento, médico do Hospital de São João e presidente da Associação dos Médicos Católicos, sublinhou a posição «mais ou menos consensual» de que «a vida é um continuo» e alertou para os riscos para a saúde psíquica da mulher que pratica o aborto.
Para Rosalvo Almeida, médico neurofisiologista do Porto, haverá sempre «gravidezes indesejadas e indesejáveis», que podem ser «evitadas» numa altura em que «um pequeno grupo de células vivas ainda não é um verdadeiro ser vivo».




quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

«Como foste capaz de me matar?»

A campanha pela liberalização do Aborto anda nas ruas. Uns agitam bandeiras a favor do «sim». Outros defendem argumentos pelo «não». Cada um tem o direito de defender a sua posição. Mas penso que há limites. Usar crianças como transportadores de informação pelo «não» é na minha modesta opinião vergonhoso.

Assim vai a campanha...

Travões precisam-se...

Aqui deixo a notícia.




Foram as crianças que levaram os folhetos aos pais. Na passada sexta-feira, os meninos do Jardim de infância Aquário, em Setúbal, chegaram a casa com uma «Carta à minha mãe» dentro das mochilas. O destinatário era a mãe e o pai, lá em casa, já que as crianças ainda estão em idade pré-escolar.
O objectivo do folheto é claro: fazer campanha pelo «não» ao referendo do próximo dia 11 de Fevereiro. A carta, onde uma criança, que não chegou a nascer, escreve à mãe acusando-a de o «matar» circula já por vários colégios das IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social).
«Mãe, como foste capaz de me matar?» e «Como consentiste que me cortassem aos bocados, me atirassem para um balde? (...) Por acaso pensavas comprar uma máquina de lavar ou um aspirador, com os gastos que talvez eu te iria causar?», são algumas das frases que se podem ler neste texto intitulado «Carta à minha Mãe».
Questionado pelo PortugalDiário, o responsável pelo colégio Aquário, o padre Manuel Vieira do Centro Paroquial Nossa Senhora da Anunciada, afirmou que «as circulares chegaram até à paróquia» e foram «distribuídas pelos colégios e pelas crianças». Para o padre Vieira, não há dúvidas que «a obrigação da Igreja é informar» e é esse o único intuito dos folhetos, garante. Contudo, não foi possível apurar qual a origem dos folhetos. «Chegaram cá e nós fizemos publicidade», explicou.
«Cada um é livre de optar, mas a obrigação da Igreja é informar», reitera o pároco, acrescentando que foi «dentro desse espírito» que enviou as circulares às crianças, que tem sob a sua direcção cerca de 750 crianças, em cinco colégios. Um dos pais que recebeu esta «Carta à minha mãe», indignado com o teor do documento, enviou-a para o blogue Kontratempos. Tiago Barbosa Ribeiro, sociólogo, e o autor deste espaço, deu destaque à missiva e acabou por postá-la no Sim no Referendo, um blogue criado há duas semanas e que irá acabar no dia 11. «O blogue reúne um conjunto improvável de pessoas, da direita à esquerda, que têm um consenso fundamental sobre o referendo».
O sociólogo de 24 anos postou a carta e desde aí recebeu já comentários de outros pais, noutros colégios, que receberam - através dos filhos - uma carta igual. «O blogue é um espaço abrangente e é um contributo importante» para a campanha, garante Tiago Barbosa Ribeiro, que é ainda um dos elementos do movimento «Jovens pelo Sim».
Para Barbosa Ribeiro, a carta «aponta para a falta de decência de algumas acções no não», «de uma campanha suja que está no terreno, longe das câmaras de televisão e dos destaques dos jornais». Contudo, Nuno Godinho de Matos, da Comissão Nacional de Eleições, considera que a atitude não constitui um «ilícito», apesar de ser feita propaganda através de crianças.
O PortugalDiário tentou falar com o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, mas até ao momento tal não foi possível. Contudo, o PD sabe que no caso de IPSS, o papel do Estado termina no financiamento das instituições, não podendo imiscuir-se nas opções da direcção, a não ser que os estatutos prevejam que a instituição é apartidária. Neste caso, é a Igreja Católica quem dirige a instituição. Também as direcções de cada IPSS gozam de autonomia. Questionado o Ministério da Educação, não foi possível obter uma reacção oficial a este caso.




quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Solidão na Terceira Idade



VELHO
(Mafalda Veiga)

Parado e atento à raiva do silêncio
de um relógio partido e gasto pelo tempo
estava um velho sentado no banco de um jardim
a recordar fragmentos do passado

na telefonia tocava uma velha canção
e um jovem cantor falava da solidão
que sabes tu do canto de estar só assim
só e abandonado como o velho do jardim?

o olhar triste e cansado procurando alguém
e a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
sabes eu acho que todos fogem de ti pra não ver
a imagem da solidão que irão viver
quando forem como tu
um velho sentado num jardim

passam os dias e sentes que és um perdedor
já não consegues saber o que tem ou não valor
o teu caminho parece estar mesmo a chegar ao fim
pra dares lugar a outro no teu banco do jardim

o olhar triste e cansado procurando alguém
e a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
sabes eu acho que todos fogem de ti pra não ver
a imagem da solidão que irão viver
quando forem como tu
um resto de tudo o que existiu
quando forem como tu
um velho sentado num jardim

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Infecções hospitalares aumentam em Portugal


As bactérias staphylococcus aureus e escherichia coli, organismos responsáveis por infecções hospitalares e resistentes a antibióticos, aumentaram em Portugal entre 2004 e 2005, de acordo com um relatório a que a agência Lusa teve acesso.
Segundo o relatório anual de 2005 do Sistema Europeu de Vigilância da Resistência Antimicrobiana (EARSS), o organismo multi-resistente que teve maior crescimento em Portugal foi a bactéria escherichia coli, que é uma das bactérias mais frequentes nos hospitais, sendo comum nas infecções urinárias adquiridas no meio hospitalar. Em 2005 foram isolados 1.171 casos em 19 laboratórios, mais 417 isolamentos do que os verificados no ano anterior.
O segundo organismo multi-resistente com maior detecção em Portugal, durante o ano de 2005, foi o staphylococcus aureus. Em 2005 foram isolados em 19 laboratórios 1.153 bactérias staphylococcus aureus, mais 90 casos do que em 2004.
O staphylococcus aureus é uma bactéria que coloniza a pele a cerca de 30 por cento dos humanos, sendo a bactéria mais resistente a antibióticos.
Também em crescimento está o streptococcus pneumoniae, tendo em 2005 sido isolados 202 casos em 13 laboratórios, o que significa um aumento de 36 situações relativamente a 2004. Esta bactéria é responsável por doenças em crianças e jovens, pessoas idosas e outras com problemas de imunodeficiências e ainda pela maior parte das pneumonias no Mundo.
De acordo com as conclusões do relatório do EARSS, rede internacional de sistemas nacionais de vigilância antimicrobiana, na Europa a resistência à penicilina do streptococcus pneumoniae continua a mudar.
Contudo, o relatório, com dados de 30 países europeus, indica que nos países que anteriormente apresentaram maior prevalência desta bactéria, a situação melhorou porque houve uma diminuição da resistência à penicilina.
Quanto ao staphylococcus aureus, o relatório indica que foi registado um aumento significativo na detecção desta bactéria em 12 países, nos últimos sete anos. No entanto, a França e a Eslovénia têm conseguido reduzir a incidência desta bactéria nos últimos anos.
Em Portugal e de acordo com uma proposta do Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Infecções Relacionadas com os Cuidados de Saúde (PNPCIRCS), da Direcção-Geral de Saúde (DGS), oito em cada cem doentes internados nos hospitais portugueses são vítimas de infecção.
De acordo com o último inquérito nacional realizado em 2003 e que envolveu 67 hospitais e 16.373 doentes, «identificou-se a prevalência da IRCS de 8,4 por cento dos doentes e uma prevalência de 22,7 por cento de doentes com infecção adquirida na comunidade».

Suporte Básico de Vida (Parte II)


Nos países ocidentais uma das principais causas de morte é as doenças cardiovasculares. A maioria ocorre fora do ambiente hospitalar.
O objectivo da RCR é recuperar vítimas de paragem cárdio-respiratória para uma vida comparável à que tinham previamente ao acontecimento.
O sucesso das manobras de RCR está condicionado pelo tempo, pelo que quanto mais precocemente se iniciar o SBV maior a probabilidade de sucesso.

O SBV é:
- Um conjunto de procedimentos bem definidos;
- Com metodologias padronizadas;
- Sem recurso a qualquer tipo de equipamentos, para além de um simples dispositivo para avia aérea ou acessório de protecção.

Tem como objectivos:
- Reconhecer as situações de perigo de vida iminente;
- Saber como e quando pedir ajuda;
- Saber iniciar de imediato, sem recurso a qualquer utensílio, manobras que contribuam para a preservação da ventilação e da circulação de modo a manter a vítima viável até que possa ser instituído o tratamento médico adequado;
- Destina-se a ganhar tempo, mantendo parte das funções vitais até à chegada do SAV;
- Em situações em que a falência respiratória foi a causa primária da PCR, o SBV pode reverter a causa e conseguir uma recuperação total.

Posicionamento daa vítima e do reanimador
As manobras do SBV devem ser executadas com a vítima em decúbito dorsal, no chão ou num plano duro. Se a vítima se encontrar numa cama as manobras de SBV, nomeadamente as compressões torácicas, não são eficazes, uma vez que a força exercida é absorvida pelas molas ou espuma do próprio colchão.

O SBV engloba:
Avaliação Inicial;
A – Via Aérea Desobstruída (Airway);
B – Ventilação Artificial (Breathing);
C – Circulação (Circulation).